por Alexandre Lutterbach
Para nossa sorte o mundo está mais consciente e as novas gerações mais educadas a adotarem posturas que as anteriores pouco (ou muito pouco) se preocupavam! Atitudes não ambientalmente corretas causam indignação à nova geração, e isso é fantástico!
Algum tempo atrás fui repreendido por uma das minhas filhas gêmeas de 9 anos por gastar “a água do planeta” ao deixar a torneira mais tempo aberta que deveria. Meu filho de 16 anos nunca manifestou interesse em ter um carro ou quando toca no assunto faz referência a eu trocar o meu por um elétrico!
Sustentabilidade há muito não é somente mais uma palavra da moda, mas uma realidade que devemos nos preocupar – e aplicar não somente dentro de casa. Nesse aspecto o papel das empresas é fundamental! Já não é suficiente se preocuparem “somente” com o compliance às legislações ambientais, tais como o correto destino dos resíduos e águas que utilizam (e reutilizam) dentro das suas instalações. A palavra é ser eco-friendly end-to-end e ambientalmente responsável por todo o ciclo dos materiais e insumos que utilizam em seus estágios de produção e distribuição. A isso chamamos de Green Supply Chain Management!
Não há como negar as oportunidades que existem em cada estágio da cadeia, em melhorar e utilizar os recursos mais adequadamente sustentáveis e, principalmente, absorver as oportunidades de inseri-los dentro de um modelo que chamamos de “Economia Circular”. Neste conceito, que ao inverso do modelo linear – onde o destino é sempre o lixo ou a sua Reciclagem – não só aplicamos os métodos de embalagens mais sustentáveis, como também agregamos 4Rs – Reparar, Reutilizar, Re-embalar e Remanufaturar.
Nossa preocupação com esse processo é tamanho, e hoje é um dos principais pilares de aconselhamento e gestão da nossa empresa, dada a necessidade ambiental, social, financeira e logística em se fechar o ciclo de retorno das embalagens; sejam elas primárias, secundárias ou terciárias.
Cabe nesse aspecto divulgar que, segundo dados reportados no WEF – World Economic Forum em Davos, na Suiça em 2019, através do Circularity Gap Report, apenas 9% do mundo “é circular”, e a tendência é lamentavelmente de reversão, o que nos faz redobrar nossa atenção à necessidade de evoluirmos, e muito, nesse processo de gestão dos ativos que compõem o ciclo logístico-industrial.
Todos sabemos que o Brasil é um dos maiores recicladores de latas de alumínio do mundo – mais por necessidade financeira propriamente dos seus “catadores” do que por consciência ambiental. Porém caros Supply Chainers, estamos falando aqui que a oportunidade se estende para algumas embalagens específicas, principalmente as terciárias, por exemplo, onde temos oportunidade em adotarmos mais fortemente esses 4Rs. O que “de cara”, já é uma vantagem competitiva, seja financeira e/ou ambiental sobre o “R” da Reciclagem; uma vez que não há a transformação em nova embalagem, ela “já está”, ou seja, basta que sejamos eficientes no planejamento estratégico e tático do processo colaborativo do seu retorno e na sua logística reversa em trazê-las de volta para “casa”.
A maioria das empresas latino-americanas ainda gatinham nesse quesito, o que reflete categoricamente no incremento dos custos do seu produto, na dependência dos seus fornecedores de embalagens (muitas delas importadas), na limitada otimização do seu processo logístico, na baixa redução da cadeia de carbono, na oportunidade de atender mais adequadamente às legislações ambientais e, por último e não menos (ou mais) importante, na criação de valor da marca junto aos atuais e futuros consumidores!
Se desejarem pensar juntos mais profundamente a respeito, não hesitem em nos contatar!
(*) Sócio-diretor da MooveChain SCR – Supply Chain de Resultados (a.lutterbach@moovechain.com.br) .©